Polêmica: Câmara de Arapongas vota projeto contra "ideologia e igualdade de gênero" na próxima semana
Após votar e
aprovar o projeto “Escola sem Partido”, a Câmara Municipal de
Arapongas votará na próxima segunda-feira (13), um projeto de lei que proíbe a
distribuição de material didático contendo "ideologia e igualdade de
gênero" nas escolas municipais. Ambos os projetos são de autoria do
vereador Rubens Franzin Manoel (PP), o “Rubão”.
De acordo com
o texto do projeto, caso o mesmo venha ser aprovado, estará proibida qualquer
"distribuição, utilização,
exposição, apresentação, recomendação, indicação e divulgação de livros,
publicações, palestras, folders, cartazes, filmes, vídeos, faixas ou qualquer
tipo de material, lúdico, didático ou paradidático, físico ou digital, contendo
manifestação ou mensagem subliminar da igualdade (ideologia) de gênero nos
locais públicos, privados de Acesso ao Público e Entidades de Ensino no
Município de Arapongas".
De acordo com
o vereador Rubão, temas como formação religiosa e influência sexual devem ser
deixados para os pais tratarem com seus filhos.
Embate
Por sua vez, o presidente da APP Sindicato de Arapongas, Márcio Roberto Nogueira
Diniz, emitiu uma nota se declarando totalmente contrário ao projeto de lei,
que segundo ele seria um tipo de censura aos profissionais de educação. Segue a
nota:
"Nós da APP SINDICATO de
ARAPONGAS somos contra a qualquer tipo de censura e como professores e pessoas críticas
não podemos cair nesse falso debate de uma coisa que não existe, ou seja, a
denominada 'ideologia de gênero', uma invenção de 'políticos da direita' para
desqualificar o debate, os estudos de gênero e principalmente retirar direitos
das mulheres e da população LGBT. Os estudos de gênero buscam problematizar as
relações historicamente construídas entre os gêneros masculino (homens) e
feminino (mulheres). O objetivo dos estudo de gênero nunca foi questionar a
existência do fator biológico, mas sim as relacões historicamente construídas e
de exploração do masculino sobre o feminino, e também não se pode silenciar as
novas identidades que são produto da subjetividade e diversidade humana, no
caso as várias identidades LGBT e as perspectivas pós-identitárias queers.
Estamos em tempos de grandes transformações e temos como educadores estar
abertos ao diálogo. O desconhecido causa medo, mas o medo nunca nos levou a
verdade e sim o entendimento através do debate sincero e do
conhecimento."
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