Paranaenses compraram mais veículos usados que novos em 2016

No último ano, mais paranaenses preferiram comprar veículos usados, ao invés de investir no carro zero. Dados do Detran (Departamento de Trânsito do Paraná) mostram que foram 1.685.716 veículos transferidos ou comprados com troca de município ou de Estado. Ao mesmo tempo, foram 236.594 veículos novos registrados pela primeira vez. 

O número de primeiros emplacamentos em 2016 é menor registrado pelo Detran desde 2012, quando foram 467.926 processos - queda de quase 50%. Para o economista e doutor em Negócios, Carlos Bittencourt, entre os motivos está a crise financeira no país. “Com a instabilidade econômica no Brasil, as famílias passaram por reajustes orçamentários. Além disso, a facilidade de compra e a ampla oferta de carros usados e seminovos tornaram esta opção mais vantajosa”, aponta. 

A menor procura por automóveis zero quilômetro é uma tendência verificada nos últimos três anos no Estado. Em 2014, foram 201 mil primeiros emplacamentos. No ano seguinte, esse número caiu para 136 mil e chegou a 101 mil em 2016. 

O emplacamento de caminhões, ônibus e motocicletas também apresentou queda no período: - 62%, -58% e -29%. Os ciclomotores foram a única categoria que registrou alta e teve aumento de 164% nos registros. Para o Detran, a diferença está relacionada à regulamentação do licenciamento e da habilitação do tipo ACC, em março de 2016.

MUNICÍPIOS - As cinco cidades com as maiores frotas do Estado tiveram queda no primeiro emplacamento, na comparação entre 2015 e 2016. Em Curitiba a queda foi de 88 mil processos para 63 mil (- 28%). Em Londrina, de 15 mil para 12 mil (- 21%); em Cascavel, de 6 mil para 5 mil (- 15%); em Ponta Grossa, de 7 mil para 6 mil (-16%); e em Maringá, de 14 mil para 13 mil (- 12 %).

USADOS - O comércio de veículos seminovos ou usados também teve queda nos últimos três anos no Estado. Em 2014, o Paraná registrou 1.885.832 transferências. No ano seguinte, foram 1.793.743 e, em 2016, 1.686.716. 

“O bolso pesou bastante na decisão dos paranaenses. Mesmo quem já tinha carro economizou e optou pela manutenção, ao invés da troca. Ainda assim, os clientes fizeram mais a manutenção necessária, deixando para depois toda troca de peças e serviço que pudesse esperar”, diz Wilson Bill, presidente do Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios do Estado (Sindirepa). 

Para o vice-presidente da Associação dos Revendedores de Veículos Automotores no Estado do Paraná (Assovepar), Antonio Gilberto Deggerone, a expectativa é que a venda de veículos usados seja estabilizada nos próximos anos. “Os indicadores e a própria economia estão conduzindo o nosso mercado para uma estabilização e recuperação gradativa. O cenário mais difícil já passou”, acredita. 

Fonte: AEN

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