Estudo diz que 2016 deverá ser o ano mais quente da história
A Organização Meteorológica
Mundial (OMM) divulgou nesta segunda-feira (14) um estudo no qual aponta que
2016 "provavelmente" seja o ano mais quente da história, superando o
recorde batido em 2015. De acordo com dados preliminares apresentados pela
agência da Organização das Nações Unidas (ONU), o aumento da temperatura global
neste ano será 1,2°C acima dos níveis pré-industriais. Segundo o levantamento,
as temperaturas registradas entre janeiro e setembro de 2016 ficaram 0,88°C
mais altas do que a média entre 1961 e 1990 (14ºC). A média é adotada como
referência para acompanhar as temperaturas.
O pico de temperatura foi
registrado nos primeiros meses do ano devido à intensidade registrada em 2015 e
2016 do fenômeno conhecido como El Niño, que provoca o aquecimento da temperatura
das águas em alguns pontos do Oceano Pacífico. O calor oceânico decorrente
deste fenômeno contribuiu também para o branqueamento dos recifes de coral e a
elevação do nível do mar acima do normal, informou a OMM.
Ainda segundo a entidade, apesar de o calor do El Niño já ter
amenizado, os efeitos da subida de temperatura continuarão a ser sentidos no
planeta. Também contribuem para a alta das temperaturas as concentrações de
gases de efeito estufa na atmosfera, acrescenta o estudo. De acordo com a OMM,
em 2015, as concentrações médias anuais de dióxido de carbono em todo o mundo
chegaram pela primeira vez a 400 partes por milhão.
De acordo com a OMM, em 2015, as concentrações médias anuais de
dióxido de carbono em todo o mundo chegaram pela primeira vez a 400 partes por
milhão.
"Em
áreas árticas da Rússia, as temperaturas ficaram 6°C a 7°C acima da média de
longo prazo. Em muitas outras regiões árticas e subárticas na Rússia, no Alasca
e no noroeste canadense a média foi ultrapassada em pelo menos 3°C", disse
por meio de nota o secretário-geral da OMM, Petteri Taalas.
O secretário acrescenta que o aumento na frequência de enchentes e de ondas de calor, bem como o aumento do nível do mar, se devem a essas alterações climáticas. Taalas acrescentou que a OMM manterá a posição de apoio para que o Acordo de Paris seja colocado em prática. As formas de efetivar o Acordo estão sendo debatidas na 22ª edição da Conferência das Nações Unidas (ONU) sobre mudanças climáticas (COP22) em Marrakesh, Marrocos.
Foto: Ghabiru Sperandio
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